Será que posso realmente fazer o Mindfulnesss sendo eu um Católico?

O que significa a palavra Mindfulness em inglês?

O conceito do termo ainda não é unânime entre os “especialistas” e alguns estudiosos da técnica, porém, o mais comum é que o termo signifique “atenção plena“, o que é sua própria expressão em inglês. Sendo então a mesma conhecida como “meditação de atenção plena“.

Em que consiste a prática da meditação do Mindfulness ou Meditação de atenção plena?

Consiste num esforço e tentativa de tomar consciência do momento presente, na tentativa da atenção das próprias emoções, sensações, respiração, corpo, ambiente, sons, cores e etc.
É tentar tomar a consciência daquele momento, sem se preocupar com o passado, com o futuro, com as pendências que ainda possam haver, e sem se preocupar naquele momento com qualquer realidade que desconecte a pessoa do momento em que ela está ali meditando. Ela precisa simplesmente prestar atenção.
O Mindfulness é a tentativa de levar a pessoa a um profundo estado de consciência livre de tudo; e tentar perceber-se, esvaziar-se.

Qual é a origem do Mindfulness?

Engana-se quem pense que o Mindfulness é um modismo da atualidade.
A origem que envolve as técnicas da mesma, remontam uma Tradição Budista que começou há centenas de anos antes do nascimento de Cristo.
Mas foi o médico Jon Kabat-Zinn que iniciou a utilização da mesma como um método terapêutico. Isso ocorreu em meados do ano de 1979, e foi se tornando uma prática cada vez mas comum entre as pessoas e até mesmo algumas pessoas ligadas ao ramo da psicologia. Muitos alegarão que a técnica começou a ser estudada e colocada em prática por Kabat-Zinn dentro de um centro médico em Massachusetts; porém não se pode esquecer que o médico Jon Kabat-Zinn era um estudioso do Budismo Zen e integrou os conhecimentos do Budismo, bem como as práticas da Yoga à ciência médica ocidental.
As técnicas do Mindfulness nasce a partir de uma técnica de meditação milenar chamada Vipassana. Dizem que a Vipassana foi elaborada pelo próprio Buda há mais de 2 mil anos e ela é encarada como uma orientação religiosa, e não apenas uma tipo de meditação ou relaxamento, como muitos assumem.

É preciso que você compreenda algo bem importante quando o assunto é Meditação e Religiões Orientais:
Para o universo da religiões orientais (excluindo talvez o Judaísmo), não existe Meditação sem Religião!
É a partir deste pressuposto que é sempre necessário partir! Para nós, ocidentais, pode parecer estranho, uma vez que já ouvimos tantas coisas sobre meditação, e não temos esta prática como rotineira, como os orientais as tem.

O que venha a ser então a Vipassana?

Vipassana significa “ver as coisas como elas são“, é uma das mais antigas metodologias de meditação da Índia. Como eu disse, muitos afirmam que foi o próprio Buda quem a iniciou ou a redescobriu, e a usava como um tipo de remédio para todos os males ou o encontro com a felicidade.
Tem como princípio nos libertar das nossas impurezas, em todos os sentidos, e nos elevar à um tipo de libertação completa, um tipo de ascendência espiritual.
Assim como alguns princípios do Budismo, a Vipassana tem por finalidade a autolibertação do homem, a auto salvação, um tipo de princípio iluminativo.
A Vipassana traz muitos dos princípios da Meditação Transcendental, o que é completamente contrária a Meditação Cristã e assim também todos os seus fundamentos contrariam o Catolicismo. Não há com separar este tipo de meditação com a filosofia que está por detrás da mesma.

O Mindfulness

Assim como definido acima o que é o Mindfulness em sua origem e pretensões, é quase impossível desassociá-lo das raízes filosóficas budistas e hinduístas. Todas trazem praticamente os mesmos princípios quando tratam a temática da meditação: o esvaziar-se, o perceber-se, estar atento ao presente, desconectar das desordens do presente ou do entorno, a observações das sensações, dos sentimentos, das emoções, a busca um tipo de paz, de relaxamento, de recomeçar a partir do esvaziamento, mantras, sons; como se diz no Mindfulness, a atenção plena ao presente.
Poucos conceitos são modificados e algumas pessoas até podem tentar desassociá-lo destas Religiões Orientais, mas a verdade é que muito difícil, à começar por Jon Kabat-Zinn, um estudioso Budista Zen.

As técnicas e a filosofia, são desassociáveis?

Na minha opinião pessoal, não! Não é possível vivermos um budismo cristão, sermos um hindu católico, ou ainda afirmar que é possível enveredarmos pelas meditações transcendentais sem macular a doutrina Católica! É como ainda afirmar que se possa separar a Yoga dos seus exercícios físicos, e chamar isso de Yoga Católica! Isso é impossível! Porque para estas religiões ou filosofias orientais, uma coisa esta intrinsecamente ligada a outra! Você dizer para um hindu que a Yoga é apenas exercícios físicos, certamente o ofenderá!

Assim sendo, quando falamos de exercícios respiratórios ou de concentração que podem até mesmo ter fundamentos comprovados pela ciência, não podemos associar isso ao nome Mindfulness. Ainda que o exercício seja o mesmo!
Porque por detrás do Mindfulness existe uma intenção que não se trata apenas de exercícios, e sim uma filosofia incompatível com a fé!

Acharemos pessoas, sites, livros, e até mesmo religiosos, tentando “dar um jeitinho” para tornar o Mindfulness como uma prática cristã e até mesmo Católica; mas basta um pouco mais de estudo para derrubar qualquer tese.
Assim como teve pessoas e até padres, que em certa época realizavam a Yoga Católica, o que é impossível! Assim como há padres e pessoas que afirmam e realizam o Reiki, os búzios, as cartas, a Constelação Familiar e tentam convencer que não há incompatibilidade com a Fé Católica!

Resultados Científicos:

Universidades e pesquisadores adeptos ao Mindfulness, apresentarão dezenas de resultados satisfatórios em relação ao mesmo, o que não penso ser mentira. De certo, podem haver resultados positivos e pessoas que sentiram-se bem ao realizar a técnica; o que não a valida!
Porém, não se pode ocultar os malefícios já registrados em relação ao Mindfulness e às técnicas de meditação não católicas, realizadas de qualquer forma e por qualquer pessoa.
Primeiramente se você procurar, verá centenas de vídeos no Youtube, com todos os tipos de pessoas querendo ensinar a prática do Mindfulness, e por isso já abrimos um campos enorme para informações perigosas. Até mesmo um professor budista se manifestou há um tempo atrás fazendo ressalvas sobre o que estavam apresentando como Mindfulness e a tentativa de obter lucro por meio de uma prática que não dominavam.

Em 2014, pesquisadores da John Hopkins University analisaram 18 mil estudos e concluíram que somente 47 eram metodologicamente corretos. Nesses 47, encontraram uma “pequena evidência” de que o mindfulness melhore a saúde mental”, afirma Susan Brinkmann. Susan atualmente é uma apologista Católica, porém já foi uma ferrenha divulgadora do movimento feminista e esteve envolvida com o movimentos da Nova Era.
Em 2016, foi realizado por um jornalista da BBC reportagens sobre os perigos envolvendo o Mindfulness, pessoas que participaram de “retiros” de 10 dias que envolviam a técnica, e que tiveram graves transtornos psicológicos e psiquiátricos.
Estudos no Reino Unido, também confirmam que sessões mal conduzidas ou pessoalmente mal realizados, podem levar as pessoas a surtos psicóticos  diversos.

Um site voltado a psicologia na internet afirma que:

Pode parecer exagero, mas não é. Uma série de pesquisas já publicadas demonstram que quase 90% de experiências difíceis que podem acontecer durante uma prática de mindfulness ou meditação (tais como ansiedade, agitação, medo, despersonalização) podem afetar o dia-a-dia de forma negativamente. Há um número crescente de relatos empíricos de que a participação a grupos de mindfulness pode conduzir o participante a (por exemplo) deficiências de memória executiva, despersonalização, problemas de socialização, ataques de pânico, episódios psicóticos e prejuízos na capacidade de testar a realidade.

Tim Tomas, um psicólogo de Londres, falando de fatos empíricos que ele observara, afirmou em entrevista que “a atenção plena os fez conscientes de sua angústia, mas incapazes de lidar com ela, pelo que eles descobriram que a meditação não era apenas inútil, mas contraproducente“.
Daniel Ingram, é um médico no Alabama, Estados Unidos, e dirige um estudo online sobre o assunto com mais de 5.000 membros. Segundo ele, as experiências com este tipo de meditação são muito fortes porque seguem a teoria do Budismo Theravada. Ele conta que nesta teoria aplicadas pode haver grandes complicações “como uma depressão bastante extrema, episódios micropsicóticos e depressão psicótica, e pode fazer com que a pessoa chegue à beira do suicídio, e em alguns casos inclusive se mate“.

Conclusão:

Eu poderia exemplificar mais diversos casos, mas acredito que por enquanto já há argumentos suficientes para que possamos meditar e compreender que a Meditação de atenção plena ou o Mindfulness é incompatível com a doutrina Católica!
Quero finalizar apontando para um dos nossos grandes referencias enquanto Católicos, que é o Catecismo da Igreja Católica. E no número 2726 ele diz assim no seu subtítulo: As objeções à oração.
E o texto segue: “No combate da oração, temos de enfrentar, em nós e à nossa volta, concepções erróneas da oração. Alguns veem nela uma simples operação psicológica; outros, um esforço de concentração para chegar ao vazio mental; outros ainda, reduzem-na a atitudes e palavras rituais. No inconsciente de muitos cristãos, rezar é uma ocupação incompatível com tudo o que têm de fazer: não têm tempo. Os que procuram a Deus na oração desanimam depressa, porque não sabem que a oração também vem do Espírito Santo e não somente de si próprios.”

Acho que depois de lermos e relermos este trecho do Catecismo, ficou ainda mais claro para nós Católicos: Não podemos misturar “alhos com bugalhos”, e precisamos ficar atentos a tudo o que aparece em nossos tempos como soluções de nossos problemas. A roupagem muitas vezes mudam, porém, o “recheio” é o mesmo!

Para isso é necessário estudo e oração; oração e estudo! Sigamos em frente!

Deus abençoe você!

Danilo Gesualdo

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